FUNDAÇÃO MEDEIROS E ALMEIDA

A Fundação Medeiros e Almeida, criada em 1972 com o nome do seu fundador, é uma instituição criada com o objetivo de dotar o País com um Museu, com origem na coleção de arte de António de Medeiros e Almeida (1895-1986), figura pertencente à elite social e empresarial do século XX português.

 

Tendo reunido ao longo da vida um valioso património constituído por bens móveis e imóveis, o colecionador garantiu a sua salvaguarda fazendo uma doação ao país através da constituição de uma fundação. Um memorial escrito em dezembro de 1975 é o único documento que esclarece, pelo seu punho, o que o motivou: “… À ideia de ainda em vida constituir uma Fundação e nela integrar as suas valiosas colecções presidiu a preocupação de evitar que, após a sua morte, se verificasse a sua dispersão e abandono, como infelizmente tem acontecido noutros casos.” Dotada de personalidade jurídica, de interesse social e de utilidade pública, a entidade fundação implica o usufruto público dos bens patrimoniais que lhe foram afetos, sendo a figura jurídica de suporte à criação de entidades museológicas a que muitos outros patronos recorreram.

 

A 31 de agosto de 1972, Medeiros e Almeida vê aprovados os “estatutos iniciais” da Fundação Medeiros e Almeida, por despacho de “Sua Excelência o Ministro da Educação Nacional”, do Governo de Marcello Caetano, o Professor Doutor José Veiga Simão.

 

No dia 1 de Junho de 2001, a Casa-Museu da Fundação Medeiros e Almeida abriu as portas ao público. No discurso de inauguração, o Presidente do Conselho Administrativo, Dr. João Oliveira da Silva referia: “…A sua personalidade multifacetada era cheia de contrastes: austero e divertido, religioso e mundano, apreciador da beleza feminina, espartano e generoso, mas sempre um Esteta. É o amor à Arte que o leva desde cedo a colecionar quase tudo o que atraía a sua sensibilidade […] Não tendo filhos, decidiu com a sua mulher, Sra. Dona Margarida Pinto Basto e Almeida converter a sua residência […] em Casa-Museu e instituir a Fundação Medeiros e Almeida, dotando-a de meios para a manter em funcionamento […] decorrerá a vossa visita que estou certo vos deixará no final o sentimento de que António de Medeiros e Almeida enriqueceu Portugal.”

 

Estava finalmente concretizado o projeto de vida de António de Medeiros e Almeida, cujo nome e memória seriam perpetuados pelo seu Museu.

Assim constituído, o museu abriga um importante acervo de artes decorativas portuguesas e estrangeiras, que inclui núcleos de Relógios, Cerâmicas da China, Pintura, Mobiliário, Ourivesaria, Joalharia, Arte Sacra, Escultura e Têxteis, num total de cerca nove mil obras de arte.