“Cristo coroado de espinhos” círculo de Jan Gossaert

“Cristo coroado de espinhos” círculo de Jan Gossaert

A coleção de arte sacra da Casa-Museu integra algumas pinturas de cariz religiosos, como a pequena tábua que se encontra na Ante-Capela e representa ‘Cristo coroado de espinhos’.

O tema desta pintura faz referência a uma passagem bíblica inserida no ciclo da Paixão de Cristo, relatada pelos evangelistas Mateus (27:27-29) e Marcos (15:16-18). Nesta passagem, Cristo, depois de ser interrogado por Pilatos, é levado pelos soldados para o pretório onde é coroado com uma coroa de espinhos e aclamado “Rei dos Judeus”.

Esta passagem é também conhecida como ‘Cristo no Pretório’, ‘Cristo escarnecido pelos Judeus’, ‘Senhor da Cana Verde’ ou ‘Bom Jesus da Pedra Fria’ e foi frequentemente representada na história da arte ocidental.

 

A pintura Flamenga:

O vibrante contexto económico dos séculos XV e do início do século XVI no norte da Europa foi caracterizado pelas intensas relações mercantis que ligaram Bruges  e Antuérpia aos centros comerciais e culturais mais ativos. Nesse sentido, a pintura do Quattrocento italiano e as suas mais recentes novidades impregnadas do espírito humanista foram largamente divulgadas, tendo os pintores flamengos começado a admirar e a integrar as novidades da pintura italiana. A obra  de Quentin Metsys (1466-1530), por exemplo, reflete esse ‘italianismo’ na integração da gramática compositiva da pintura de Leonardo da Vinci, sobretudo no que diz respeito à índole monumental das composições e às qualidades da cor.

 

No início do século XVI, foram os trabalhos de Jan Gossaert que continuaram esta tendência, coincidindo com um grande período de prosperidade dos Países Baixos e nomeadamente de Antuérpia que se tornou no centro da vida cultural, política, económica e social da época.

Ao adquirir as principais marcas do Renascimento italiano e do espírito humanista, a pintura flamenga definiu o seu rumo ao longo do século XVI, abandonando a linha do gótico tardio.

 

Jan Gossaert:

Jan Gossaert nasceu em Maubeuge em 1478 e morreu em Antuérpia em 1533. O registo da sua carreira é muito incompleto não se conhecendo ao certo a sua formação. Em 1503 entra para a Guilda de S. Lucas de Antuérpia.

 

Mabuse esteve grande parte da vida ao serviço da Casa de Borgonha. Em 1508, como pintor de Filipe da Borgonha e fazendo parte da sua formação, viajou até Itália onde conheceu Roma, Florença, Verona e Mântua, contactou com vários mestres como Leonardo da Vinci e Rafael di Sanzio e fez vários estudos e cópias da arte greco-romana, acabando por se tornar num entusiasta da Antiguidade Clássica. Para além da pintura, o autor dedicou-se com grande perícia ao retrato e à gravura.

Após o seu regresso a Antuérpia, trabalhou as novidades da pintura italiana com a tradição local marcando a entrada num novo período da pintura flamenga que se iria prolongar até Rubens.

 

O seu trabalho foca-se nas temáticas religiosas tendo pintado várias versões de Adão e Eva e de Virgens com o Menino numa variação flamenga da típica ‘Madona’ italiana e nas composições mitológicas tendo sido o introdutor de nus sensuais na arte flamenga e holandesa, como se verifica na ‘Dánae’ da Pinacoteca Antiga de Munique ou no ‘Neptuno e Anfitrite’ do Museu de Berlim.

 

Giorgio Vasari (1511-1574) – o primeiro ‘historiador da arte’ e autor da primeira coletânea de biografias de artistas (‘Le Vite de’ piu eccellenti pittori, scultori, et architettori’, 1550) -, refere Jan Gossaert como o primeiro artista a levar a arte do nu para o norte da Europa.

Karl van Mander (1548-1606), pintor e biógrafo dos pintores flamengos da época, também refere o artista na sua obra como pintor de grande fama. Podemos, pois, caracterizar a produção artística de Gossaert como intensa, pessoal e inovadora.

 

Um dos seus grandes êxitos comerciais foram as pequenas tábuas de temáticas religiosas destinadas à devoção privada, conhecidas como ‘andachtbild’ (em alemão: imagem de devoção). A pintura da Casa-Museu será uma obra a ser destinada à devoção na esfera do privado tal como era preconizado pelas ideias do movimento de renovação apostólica ‘Devotio Moderna’. (Devoção Moderna), que se iniciou em finais do século XIV nos Países Baixos, e tinha como foco a vida interior pessoal e a oração.

 

‘Cristo Coroado de Espinhos’:

A pequena tábua em análise representa Jesus Cristo, nu, sentado num plinto de pedra com as mãos e os pés cruzados, encostado a uma coluna com um panejamento branco no colo e coroado de espinhos. Cristo mostra atitude de serenidade e oração dirigindo os olhos ao alto. A figura de Cristo está rodeada por três personagens representando judeus que O escarnecem.

 

 

Em termos iconográficos, e conhecendo as passagens bíblicas que deram origem a esta representação, pode-se interpretar a atitude contemplativa de Cristo como um recurso ao Seu Pai, consciente que estava, do destino que O aguardava. A alteração canónica do manto que cobre Cristo de escarlate para branco, lê-se como um prenúncio do sudário que irá envolver Cristo após a morte e a presença da coluna a que se encosta como a coluna de pórfiro à qual será atado para ser flagelado numa passagem seguinte à retratada.

 

Segundo Ainsworth (2010), que coordenou o último catálogo raisonné do artista, o autor ter-se-á inspirado em gravuras sobre a mesma temática de Albrecht Dürer (1471-1528) e de Marcantonio Raimondi (1480-1534) que circulavam à época e que mostram poses similares: The Man of Sorrows by the Column , de 1509 no Minneapolis Institute of Art (https://collections.artsmia.org/art/47071/man-of-sorrows-by-the-column-albrecht-duerer) e Marte, Vénus e Eros de 1508,  na National Gallery of Art (https://www.nga.gov/collection/art-object-page.646.html) ou no Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque (E.U.A.) (https://www.metmuseum.org/art/collection/search/342608).

 

No seguimento do seu método compositivo, a composição tem características do realismo nórdico principalmente na forte carga emocional da figura do Salvador e nas figuras caricatas dos judeus (figuras que também eram replicadas em inúmeras gravuras coevas), fazendo também referências claras ao Renascimento, nomeadamente nos elementos da arquitetura clássica – já portadores de um incipiente maneirismo – que compõem o cenário e no grande efeito plástico da figura de Cristo cuja ligeira inclinação e exagerada modelação da musculatura  remetem para a influência dos grandes mestres italianos e nomeadamente para o famoso ‘Torso do Belvedere’ (Museu Pio Clementino, Vaticano) que conheceu na sua viagem a Roma. A ausência de pormenores encoraja o espectador a fazer uma meditação perante a representação da intensa dor psicológica.

 

 

Esta temática foi muito trabalhada por Mabuse, conhecendo-se cerca de vinte obras autógrafas entre pinturas, desenhos e gravuras. A obra em análise remete especificamente para um modelo criado por Gossaert em 1527; Christ on the Cold Stone, existente no Museu de Belas Artes de Budapeste (Szépmûvészeti Múzeum): https://www.wga.hu/html_m/g/gossart/04religi/6christ.html

 

Devido à sua prolífera produção e ao sucesso que conheceu em vida, à semelhança de outros tantos autores e dos costumes da época de se encomendarem cópias dos mestres, a obra de Gossaert foi muito copiada, existindo várias cópias deste modelo efetuadas pelos seus seguidores e copiadores. De menor qualidade, será neste tipo de produção que se insere a obra da Casa-Museu: “All of meager quality and execution, the later versions attest to the great popularity of the composition in Gossart’s waning years and thereafter.” (Tradução: De menor qualidade e execução, as  cópias posteriores atestam a grande popularidade da composição  nos últimos anos de Gossart e posteriormente – AINSWORTH, 2010, p.210).

A obra está assinada na base do plinto de pedra com a inscrição em latim: IONNES MALBODIUS INVINIT ou seja: «Jan Mabuse inventou». Gossaert era conhecido como Mabuse devido ao nome da sua cidade natal – Malbodium.

 

 

Proveniência:

De acordo com  a tradição uma pintura semelhante à da Casa-Museu terá sido oferecida à Rainha de Inglaterra, D. Catarina de Bragança (1638-1705), pelo Papa Inocêncio XI (1611-1689).

A rainha terá oferecido a pintura a Luís de Vasconcelos e Sousa (1636-1720[1]), 3º conde de Castelo Melhor, político e diplomata, primeiro proprietário do Palácio Foz na Praça dos Restauradores em Lisboa. Em 1901, no âmbito do famoso leilão do Palácio Foz, a obra foi a leilão tendo a pintura sido separada da sua moldura-relicário e seguido destinos diferentes.

Em Maio de 1972 a pintura foi adquirida por Medeiros e Almeida na leiloeira Dinastia Antiquários – Leiloeiros e Galeria de Arte, Lda. (Rua da Escola Politécnica, 183) em Lisboa, sendo uma das poucas pinturas estrangeiras que o colecionador comprou em Portugal.

 

Maria de Lima Mayer

Raquel Sanchez Garcia (estagiária)

Casa-Museu Medeiros e Almeida

 

NOTA: A investigação é um trabalho permanentemente em curso. Caso tenha alguma informação ou queira colocar alguma questão a propósito deste texto, por favor contacte-nos através do correio eletrónico: info@casa-museumedeirosealmeida.pt

 

Bibliografia:

AINSWORTH, Maryan (Ed.); Man, Myth, and Sensual Pleasures, Jan Gossaert´s Renaissance, The complete works, Nova Iorque: Yale University Press, 2010

FRIEDLÄNDER, Max; Jan Gossart and Bernart van Orley,  Leyden : A.W. Sijthoff, Brussels : La Connaissance, 1972

SHIPP, Horace; The Flemish Masters, Londres: George Newes, 1953; PIJOAN, J. (Coord.); História da Arte, volume 6, Lisboa: Publicações Alfa, 1972

WEIDEMA, Sytste; KOOPSTRA, Anna; Jan Gossart: the documentary evidence, Turnhout: Harvey Miller, cop. 2012

A coleção de arte sacra da Casa-Museu integra algumas pinturas de cariz religiosos, como a pequena tábua que se encontra na Ante-Capela e representa ‘Cristo coroado de espinhos’.

 

O tema desta pintura faz referência a uma passagem bíblica inserida no ciclo da Paixão de Cristo, relatada pelos evangelistas Mateus (27:27-29) e Marcos (15:16-18). Nesta passagem, Cristo, depois de ser interrogado por Pilatos, é levado pelos soldados para o pretório onde é coroado com uma coroa de espinhos e aclamado “Rei dos Judeus”.

Esta passagem é também conhecida como ‘Cristo no Pretório’, ‘Cristo escarnecido pelos Judeus’, ‘Senhor da Cana Verde’ ou ‘Bom Jesus da Pedra Fria’ e foi frequentemente representada na história da arte ocidental.

 

A pintura Flamenga:

O vibrante contexto económico dos séculos XV e do início do século XVI no norte da Europa foi caracterizado pelas intensas relações mercantis que ligaram Bruges  e Antuérpia aos centros comerciais e culturais mais ativos. Nesse sentido, a pintura do Quattrocento italiano e as suas mais recentes novidades impregnadas do espírito humanista foram largamente divulgadas, tendo os pintores flamengos começado a admirar e a integrar as novidades da pintura italiana. A obra  de Quentin Metsys (1466-1530), por exemplo, reflete esse ‘italianismo’ na integração da gramática compositiva da pintura de Leonardo da Vinci, sobretudo no que diz respeito à índole monumental das composições e às qualidades da cor.

 

No início do século XVI, foram os trabalhos de Jan Gossaert que continuaram esta tendência, coincidindo com um grande período de prosperidade dos Países Baixos e nomeadamente de Antuérpia que se tornou no centro da vida cultural, política, económica e social da época.

Ao adquirir as principais marcas do Renascimento italiano e do espírito humanista, a pintura flamenga definiu o seu rumo ao longo do século XVI, abandonando a linha do gótico tardio.

 

Jan Gossaert:

Jan Gossaert nasceu em Maubeuge em 1478 e morreu em Antuérpia em 1533. O registo da sua carreira é muito incompleto não se conhecendo ao certo a sua formação. Em 1503 entra para a Guilda de S. Lucas de Antuérpia.

 

Mabuse esteve grande parte da vida ao serviço da Casa de Borgonha. Em 1508, como pintor de Filipe da Borgonha e fazendo parte da sua formação, viajou até Itália onde conheceu Roma, Florença, Verona e Mântua, contactou com vários mestres como Leonardo da Vinci e Rafael di Sanzio e fez vários estudos e cópias da arte greco-romana, acabando por se tornar num entusiasta da Antiguidade Clássica. Para além da pintura, o autor dedicou-se com grande perícia ao retrato e à gravura.

Após o seu regresso a Antuérpia, trabalhou as novidades da pintura italiana com a tradição local marcando a entrada num novo período da pintura flamenga que se iria prolongar até Rubens.

 

O seu trabalho foca-se nas temáticas religiosas tendo pintado várias versões de Adão e Eva e de Virgens com o Menino numa variação flamenga da típica ‘Madona’ italiana e nas composições mitológicas tendo sido o introdutor de nus sensuais na arte flamenga e holandesa, como se verifica na ‘Dánae’ da Pinacoteca Antiga de Munique ou no ‘Neptuno e Anfitrite’ do Museu de Berlim.

 

Giorgio Vasari (1511-1574) – o primeiro ‘historiador da arte’ e autor da primeira coletânea de biografias de artistas (‘Le Vite de’ piu eccellenti pittori, scultori, et architettori’, 1550) -, refere Jan Gossaert como o primeiro artista a levar a arte do nu para o norte da Europa.

Karl van Mander (1548-1606), pintor e biógrafo dos pintores flamengos da época, também refere o artista na sua obra como pintor de grande fama. Podemos, pois, caracterizar a produção artística de Gossaert como intensa, pessoal e inovadora.

 

Um dos seus grandes êxitos comerciais foram as pequenas tábuas de temáticas religiosas destinadas à devoção privada, conhecidas como ‘andachtbild’ (em alemão: imagem de devoção). A pintura da Casa-Museu será uma obra a ser destinada à devoção na esfera do privado tal como era preconizado pelas ideias do movimento de renovação apostólica ‘Devotio Moderna’. (Devoção Moderna), que se iniciou em finais do século XIV nos Países Baixos, e tinha como foco a vida interior pessoal e a oração.

 

‘Cristo Coroado de Espinhos’:

A pequena tábua em análise representa Jesus Cristo, nu, sentado num plinto de pedra com as mãos e os pés cruzados, encostado a uma coluna com um panejamento branco no colo e coroado de espinhos. Cristo mostra atitude de serenidade e oração dirigindo os olhos ao alto. A figura de Cristo está rodeada por três personagens representando judeus que O escarnecem.

 

 

Em termos iconográficos, e conhecendo as passagens bíblicas que deram origem a esta representação, pode-se interpretar a atitude contemplativa de Cristo como um recurso ao Seu Pai, consciente que estava, do destino que O aguardava. A alteração canónica do manto que cobre Cristo de escarlate para branco, lê-se como um prenúncio do sudário que irá envolver Cristo após a morte e a presença da coluna a que se encosta como a coluna de pórfiro à qual será atado para ser flagelado numa passagem seguinte à retratada.

 

Segundo Ainsworth (2010), que coordenou o último catálogo raisonné do artista, o autor ter-se-á inspirado em gravuras sobre a mesma temática de Albrecht Dürer (1471-1528) e de Marcantonio Raimondi (1480-1534) que circulavam à época e que mostram poses similares: The Man of Sorrows by the Column , de 1509 no Minneapolis Institute of Art (https://collections.artsmia.org/art/47071/man-of-sorrows-by-the-column-albrecht-duerer) e Marte, Vénus e Eros de 1508,  na National Gallery of Art (https://www.nga.gov/collection/art-object-page.646.html) ou no Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque (E.U.A.) (https://www.metmuseum.org/art/collection/search/342608).

 

No seguimento do seu método compositivo, a composição tem características do realismo nórdico principalmente na forte carga emocional da figura do Salvador e nas figuras caricatas dos judeus (figuras que também eram replicadas em inúmeras gravuras coevas), fazendo também referências claras ao Renascimento, nomeadamente nos elementos da arquitetura clássica – já portadores de um incipiente maneirismo – que compõem o cenário e no grande efeito plástico da figura de Cristo cuja ligeira inclinação e exagerada modelação da musculatura  remetem para a influência dos grandes mestres italianos e nomeadamente para o famoso ‘Torso do Belvedere’ (Museu Pio Clementino, Vaticano) que conheceu na sua viagem a Roma. A ausência de pormenores encoraja o espectador a fazer uma meditação perante a representação da intensa dor psicológica.

 

 

Esta temática foi muito trabalhada por Mabuse, conhecendo-se cerca de vinte obras autógrafas entre pinturas, desenhos e gravuras. A obra em análise remete especificamente para um modelo criado por Gossaert em 1527; Christ on the Cold Stone, existente no Museu de Belas Artes de Budapeste (Szépmûvészeti Múzeum): https://www.wga.hu/html_m/g/gossart/04religi/6christ.html

 

Devido à sua prolífera produção e ao sucesso que conheceu em vida, à semelhança de outros tantos autores e dos costumes da época de se encomendarem cópias dos mestres, a obra de Gossaert foi muito copiada, existindo várias cópias deste modelo efetuadas pelos seus seguidores e copiadores. De menor qualidade, será neste tipo de produção que se insere a obra da Casa-Museu: “All of meager quality and execution, the later versions attest to the great popularity of the composition in Gossart’s waning years and thereafter.” (Tradução: De menor qualidade e execução, as  cópias posteriores atestam a grande popularidade da composição  nos últimos anos de Gossart e posteriormente – AINSWORTH, 2010, p.210).

A obra está assinada na base do plinto de pedra com a inscrição em latim: IONNES MALBODIUS INVINIT ou seja: «Jan Mabuse inventou». Gossaert era conhecido como Mabuse devido ao nome da sua cidade natal – Malbodium.

 

 

Proveniência:

De acordo com  a tradição uma pintura semelhante à da Casa-Museu terá sido oferecida à Rainha de Inglaterra, D. Catarina de Bragança (1638-1705), pelo Papa Inocêncio XI (1611-1689).

A rainha terá oferecido a pintura a Luís de Vasconcelos e Sousa (1636-1720[1]), 3º conde de Castelo Melhor, político e diplomata, primeiro proprietário do Palácio Foz na Praça dos Restauradores em Lisboa. Em 1901, no âmbito do famoso leilão do Palácio Foz, a obra foi a leilão tendo a pintura sido separada da sua moldura-relicário e seguido destinos diferentes.

Em Maio de 1972 a pintura foi adquirida por Medeiros e Almeida na leiloeira Dinastia Antiquários – Leiloeiros e Galeria de Arte, Lda. (Rua da Escola Politécnica, 183) em Lisboa, sendo uma das poucas pinturas estrangeiras que o colecionador comprou em Portugal.

 

Maria de Lima Mayer

Raquel Sanchez Garcia (estagiária)

Casa-Museu Medeiros e Almeida

 

NOTA: A investigação é um trabalho permanentemente em curso. Caso tenha alguma informação ou queira colocar alguma questão a propósito deste texto, por favor contacte-nos através do correio eletrónico: info@casa-museumedeirosealmeida.pt

 

Bibliografia:

AINSWORTH, Maryan (Ed.); Man, Myth, and Sensual Pleasures, Jan Gossaert´s Renaissance, The complete works, Nova Iorque: Yale University Press, 2010

FRIEDLÄNDER, Max; Jan Gossart and Bernart van Orley,  Leyden : A.W. Sijthoff, Brussels : La Connaissance, 1972

SHIPP, Horace; The Flemish Masters, Londres: George Newes, 1953; PIJOAN, J. (Coord.); História da Arte, volume 6, Lisboa: Publicações Alfa, 1972

WEIDEMA, Sytste; KOOPSTRA, Anna; Jan Gossart: the documentary evidence, Turnhout: Harvey Miller, cop. 2012

Autor

Círculo de Jan Gossaert, dito Mabuse (1478-1533)

Data

1º quartel séc. XVI (?)

Local, País

Antuérpia, Flandres

Materiais

Óleo sobre madeira

Dimensões

Alt. 22cm x Larg. 19cm

Category
Pintura Flamenga