IV Colóquio Português de Ourivesaria
14 – 15 ABR 2025
Ordem Terceira de São Francisco do Porto · Universidade Católica Portuguesa
Inscrições abertas
Programa, inscrições e mais informações
Em 1997, realizou-se no Porto o I Colóquio Português de Ourivesaria. Mais tarde, em 2008, teria lugar o II Colóquio e, em 2011, o III Colóquio. As atas destes três encontros científicos possibilitaram a divulgação de um conjunto de estudos de grande mais-valia para o conhecimento desta arte a nível nacional, demonstrando os avanços verificados na investigação das distintas vertentes que a prataria e a joalharia assumiram em Portugal.
Joana Ferreira, Conservadora do Museu Medeiros e Almeida, participa na 4.ª edição deste prestigiado Colóquio, a decorrer nos dias 14 e 15 de abril de 2025, na Ordem Terceira de São Francisco do Porto e na Universidade Católica Portuguesa. A sua apresentação abordará um grande tankard seiscentista da coleção do Museu.
RESUMO
Um grande tankard seiscentista na coleção do Museu Medeiros e Almeida
Joana Ferreira
Designada em português como “caneca” – por definição, um recipiente com asa destinado a conter e ingerir líquidos – o termo “tankard” refere-se, mais especificamente, à tipologia de caneca com tampa articulada, tradicionalmente associada ao consumo de vinho ou cerveja. As suas origens situam-se na Alemanha do século XVI, disseminando-se rapidamente pelo norte da Europa, onde surgem os primeiros exemplares produzidos em materiais preciosos, sumptuosamente ornamentados e de grandes dimensões. Afastados do quotidiano, estes assumem funções cerimoniais e de aparato, associando-se também à celebração litúrgica. Mais tarde, tornam-se objetos de coleção por excelência.
O tankard seiscentista que aqui apresentamos, em prata parcialmente dourada e lavrada com temas do Novo Testamento, integra a coleção do Museu Medeiros e Almeida e procede da notável coleção de Mayer Carl von Rothschild (1820-1886), em Frankfurt. Se, por um lado, esta peça exemplifica a imponência, riqueza material e excelência técnica que caracterizam esta tipologia de objetos, por outro, apresenta características singulares, que permitem lançar alguma luz, não apenas sobre a obra do seu ourives, Christoph Lützenberger, ativo entre 1633 e 1653 na cidade polaca de Toruń, mas também sobre o centro de produção em que se insere, do qual sobrevivem pouquíssimos exemplares.
